Muito além dos tiros, bombas e
cenário de guerra, a invasão na
Ucrânia iniciada no dia 24 de
fevereiro também é marcada por
um conflito silencioso de ataques
cibernéticos.
Para imaginar o caos, basta pensar
na possibilidade da cidade ficar sem
energia elétrica, abastecimento de
água, acesso à internet ou sistemas
financeiros operantes.
A ciberguerra é adotada em
diversos contextos. Em 2010, por
exemplo, o vírus Stuxnet foi usado
para atacar o sistema de
enriquecimento de urânio do Irã.
O invasor destruiu diversas
centrífugas.
A suspeita é de que o arquivo
danoso, criado exclusivamente para
atacar sistemas usados no controle
de equipamentos industriais, tenha
sido desenvolvido por algum
governo.
No caso da Rússia, especialistas em segurança da informação atestam que o país trabalha esse modo de operação desde 2014.
De forma paralela à invasão, sites
do governo ucraniano ficaram
inacessíveis após sofrerem,
propositalmente, muitas
solicitações de acesso.
Os ataques atingiram endereços
eletrônicos governamentais e vários
bancos estatais. Com isso, serviços
públicos digitais e o banco on-line
no país foram interrompidos.
Especialistas em relações
internacionais destacam que,
à medida que novos instrumentos
tecnológicos são desenvolvidos
e a inteligência artificial avança,
as disputas bélicas envolverão
novos alvos.
Telecomunicações, sistemas de
internet e todo o tipo de operação
essencial ao funcionamento do
adversário passam a ser
pontos críticos.
Isso porque, na guerra cibernética,
os grupos atacam infraestruturas
sensíveis como usinas responsáveis
pela distribuição de energia e água,
sistemas de telecomunicação e
outros serviços importantes.
O Brasil conta com o Comando de
Defesa Cibernética Brasileiro
(Comdciber), liderado pelo Exército
e integrado por militares das três
Forças Armadas.
E o Brasil,
está preparado?
Anualmente, o órgão promove
exercícios de treinamento de
simulação de ataques cibernéticos,
que consiste em atacar e defender
sistemas de infraestrutura básica,
como água e energia.
Fontes:
Igor Lucena, economista e doutor em relações internacionais;
Gilberto Sudré, perito em computação forense e especialista em segurança da informação
Texto: Isaac Ribeiro
Revisão: Amanda Monteiro
Design: PH Martins
Imagens: Unsplash e Governo Federal
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