A Petrobras, como estatal, sempre foi uma das maiores patrocinadoras de projetos culturais no Brasil. Prova disso está no renascimento do cinema nacional, desde que ela começou a investir na área.
O primeiro foi “Carlota Joaquina”, de Carla Camurati, em 1994. Com patrocínio da Petrobras, o longa é um marco da retomada do cinema nacional, conquistando um público de 1,2 milhão de brasileiros.
De lá para cá, foram lançados com patrocínio da empresa: “Cidade de Deus” (2002), “Carandiru” (2003), “Tropa de Elite” (2007) e “Bacurau” (2019), que venceu o Prêmio do Júri em Cannes, em 2019.
A produtora cultural Leandra Moreira conta que com o apoio aos curta-metragens, em 2001, surgiu o Petrobras Cinema. “Um filme produzido no ES, naquela época, não teria chances de acontecer.”
Para o diretor do Sindicato dos Petroleiros do Espírito Santo (Sindipetro-ES) Rodrigo Lopes Ferri, é fundamental que empresas como a Petrobras tomem a iniciativa de projetos que transformam vidas.
Mas com a venda dos ativos da companhia no Norte do ES, isso deve ser reduzido, já que não há previsão de patrocínio a projetos culturais, educacionais ou ambientais pelas empresas compradoras.
Segundo o músico e fazedor de cultura Fábio Carvalho, a Petrobras deveria ter um fomento para investir no segmento. Isso porque, desde 2018, a participação de empresas na cultura tem diminuído muito.
Para o Dieese, houve uma queda de investimentos em indicadores que, segundo a Petrobras, vinham crescendo de 2005 a 2014. Desde 2015, eles têm retornado aos níveis anteriores a 2003.
No Estado, essa realidade impactou uma das mais duradouras parcerias, entre a Petrobras e o Projeto Tamar, que após quase 40 anos concluíram parceria.
A roteirista e diretora de cinema Luiza Lubiana defende editais específicos no ES. “A cultura é o espelho do país e o filtro da qualidade ética, emocional, sentimental do coração de uma nação.”
O Sindipetro-ES defende a manutenção da Petrobras no ES e os investimentos na cultura.
Produzido por:
Oferecido por: