A Organização Mundial de Saúde (OMS) classificou a varíola dos macacos como emergência de saúde global por conta do rápido avanço da doença no mundo, inclusive no Brasil.
A doença é causada pelo vírus monkeypox, um patógeno do mesmo gênero da varíola humana, erradicada em 1980. Contudo, as doenças têm diferenças. Uma das principais é a letalidade.
Enquanto a varíola humana matava 30% dos infectados, a varíola dos macacos é letal em 3% a 6% dos casos, segundo a OMS.
LETALIDADE
Ser menos letal não significa que o monkeypox não é perigoso. Crianças, grávidas ou pessoas com alguma deficiência imunológica, por exemplo, podem desenvolver quadros mais graves.
Para conter o vírus, é necessário isolar os casos suspeitos e confirmados e imunizar quem teve contato próximo com o contaminado. Atualmente, existem 2 vacinas eficazes contra a varíola dos macacos.
As duas vacinas contêm vírus vivo, o vaccinia, do mesmo gênero do smallpox (que causa a varíola humana) e do monkeypox (da varíola dos macacos).
Uma das vacinas é a Jynneos, que tem o vírus enfraquecido em laboratório para não causar uma forma grave da doença nem nos chamados imunossuprimidos (pessoas com deficiência no sistema imunológico).
A outra vacina é a ACAM2000, que ajudou a erradicar a varíola humana em meados dos anos 70. Ela não é indicada para imunodeficientes, gestantes, entre outros casos, pois pode causar reações adversas.
Quando essas vacinas chegarão ao Brasil ainda é incerto. Uma alternativa é a fabricação nacional de uma vacina. O Instituto Butantan tem um comitê para estudar a fabricação de um imunizante.
E NO BRASIL?
Apesar do nome, acredita-se que os hospedeiros naturais sejam roedores, como ratos, e foi transmitido aos macacos e humanos por contato com fluidos ou lesões de animais contaminados.
Já entre pessoas, a transmissão acontece por via respiratória, contato com a pele e também por fluidos das feridas, que parecem bolhas.
A Secretaria de Saúde do ES (Sesa) recomenda evitar contato próximo com casos suspeitos e/ou confirmados, como toques e beijos, especialmente daqueles que estejam com sintomas visíveis.
NADA
DE CONTATO!
Além disso, a Sesa orienta manter superfícies limpas; higienização constante das mãos; uso de máscara caso for preciso estar próximo de casos suspeitos ou confirmados, como utilizar o mesmo cômodo.
O que preocupa a comunidade científica é a disseminação rápida para outros países fora do continente africano.
Existem remédios para a doença, como, por exemplo, o tecovirimat e o brincidofovir. Este segundo já foi aprovado nos EUA, para o tratamento da varíola dos macacos.
Nenhuma das medicações, no entanto, está disponível no Brasil. Segundo a Anvisa, nenhuma farmacêutica fez o pedido de autorização para remédios ou vacinas contra a varíola do macaco.
“É importante não ter pânico. Sabemos que existe há muito tempo e temos armas para combater”, afirmou Clarissa Damaso, virologista da UFRJ e assessora do comitê da OMS na pesquisa com a varíola.
Repórter: Felipe Sena
Editor: Mikaella Campos
Fontes: Folha Press e Sesa-ES
Design: Artur Quintella
Imagens: Shutterstock, Freepik, Science Photo Library, Rovena Rosa/Agência Brasil, Marcelo Camargo/Agência Brasil
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