A Covid-19 ainda desafia a Medicina. E esta, por sua vez, busca soluções para reduzir a ameaça do vírus. Por isso, novas vacinas são estudadas com o objetivo de serem cada vez mais eficazes.
Um desses imunizantes pode ser 11 vezes mais eficiente que o injetável: a vacina de adesivo. É o que diz um estudo publicado pela revista Vaccine, conduzido pela Universidade de Queensland.
Segundo o estudo, o adesivo microarray de alta densidade é uma plataforma que entrega a vacina nas camadas da pele, que são ricas em células imunes.
O pesquisador Christopher McMillan explica que a pesquisa concluiu que uma mesma vacina, quando aplicada pelo adesivo, foi, aproximadamente, 11 vezes mais eficaz no combate à variante Ômicron.
O imunizante é o Hexapro, desenvolvido pelo laboratório Vaxxas, feito com a tecnologia de subunidade proteica. Ele usa um pedaço da proteína Spike do vírus para ativar a resposta imune do organismo.
Para David Muller, também pesquisador de Queensland, esse é um achado importante, já que a cepa atual do vírus tem mais de 30 mutações, o que favorece quadros de reinfecção e de escape da imunidade.
“Os adesivos não são apenas mais eficazes contra variantes emergentes, mas também são muito mais fáceis de administrar do que as vacinas baseadas em agulhas”, afirma Muller.
O CEO da Vaxxas, David Hoey, conta que o laboratório está ampliando as capacidades de fabricação do Hexapro e se preparando para conduzir ensaios clínicos para comprovar a eficácia em humanos.
Para Hoey, a nova tecnologia pode ajudar países a combater de forma mais eficiente as emergências de saúde: tanto a Covid-19 como outras que possam surgir.
Outros estudos também são conduzidos no desenvolvimento de imunizantes contra o coronavírus. Por exemplo, a Faculdade de Medicina da USP, que trabalha no desenvolvimento de um imunizante de spray nasal.
Texto: Felipe Sena
Revisão: Mikaella Campos
Design: Adriana Rios
Imagens: Vaxxas (divulgação), Ternor, Unsplash, Pexels e Freepik