A detecção de duas aves silvestres
com gripe aviária no Espírito Santo,
na segunda (15), fez com que
algumas pessoas temessem a volta
dos protocolos de saúde adotados
durante a pandemia de Covid-19.
O Serviço Veterinário Oficial (SVO)
deu início à investigação na quarta
(10), após receber notificação do
Instituto de Pesquisa e Reabilitação
de Animais Marinhos (Ipram),
de Cariacica.
Duas aves da espécie Trinta-réis-de-bando foram resgatadas em Marataízes e Jardim Camburi, ES. Uma terceira ave migratória da espécie Atobá-pardo que já estava no Ipram, também testou positivo.
A Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP) quando contraída por humanos, tem alta taxa de mortalidade, cerca de 50% dos casos, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Até onde se sabe, no entanto, o vírus não é transmitido entre humanos. Nos casos de mamíferos contaminados, houve contato com aves infectadas, por fluidos corporais ou pela predação.
Mas dois casos de possíveis transmissões entre mamíferos, um na Espanha e outro no Peru, estão sendo investigados pelas autoridades de saúde.
Estão sob risco todas as pessoas que manipularam ou estiveram em contato próximo a essas aves contaminadas.
Por nota, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) afirmou que a detecção dos casos não muda a condição do Brasil como país livre da IAAP.
“Demais países membros da Organização Mundial da Saúde Animal não devem impor proibições ao comércio internacional de produtos avícolas brasileiros”, diz o texto do Mapa.
O Ministério informou ainda que intensificará a divulgação de informações sobre a doença e medidas preventivas.
O objetivo é conscientizar e sensibilizar a população em geral e os criadores de aves, enfatizando a importância da notificação imediata de casos suspeitos.
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, declarou estado de alerta para aumentar a vigilância sobre a pandemia de IAAP no setor privado e de todo o serviço veterinário oficial.
Em entrevista para o site de A Gazeta, o secretário de Agricultura do Espírito Santo, Enio Bergoli, também ressaltou que não existem riscos de embargo até o momento.
"Agora vamos intensificar as nossas medidas protetivas para que essa doença não chegue nos aviários comerciais", frisou Enio.
Texto e design: Felipe Sena
Revisão: Mikaella Campos
Imagens: Vitor Jubini, Leonardo Duarte/Secom-ES, José Cruz/Agência Pública, Unsplash
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