da gripe espanhola

Cemitério

As ossadas enterradas
há 100 anos foram
encontradas em Anchieta,
no estado do Espírito santo

Arqueólogos encontraram
no Santuário de São José de
Anchieta ossadas humanas
datadas de 1918 e 1920, período
em que a gripe espanhola matou
milhões de pessoas no mundo

A descoberta foi no final de 2020,
durante a retirada de 40 cm de areia sob o piso da igreja. No
local, foram encontradas mais
de 80 ossadas humanas e
outras cinco no pátio da
residência jesuítica.

Segundo o arqueólogo
coordenador das pesquisas,
Ricardo Nogueira, o pátio
interno do santuário serviu
como cemitério da cidade até
o início do séc. XX e funcionou
durante o período da
gripe espanhola.

Antigos registros descrevem que
os sepultamentos aconteciam
desordenados na Vila Benevente,
sendo várias mortes por pestes.

Ossos triturados e esmagados
em meio a terra e cal apontam
que os túmulos eram reabertos
para a realização de novos
enterros.

Os historiadores acreditam
que a chamada Grande Gripe
chegou ao Brasil em
setembro de 1918. 

Na época, grande parte das
vítimas - 35 mil em todo o país -
foi enterrada como indigente
e em valas coletivas, como
as encontradas no Sul do
Espírito Santo.

Exumação

Os esqueletos encontrados
foram guardados em
urnas apropriadas para,
posteriormente, serem
enterrados no mesmo local,
na igreja abaixo do novo piso.

Eles serão enterrados
novamente com orações
dentro das caixas, após benção
em missa ainda sem
data definida.

Restauro

O Santuário Nacional de
São José de Anchieta passa
por obras de restauro e
entrou na etapa final da obra.
O trabalho foi iniciado em
2018 e tem conclusão
prevista para 2021. 

Entre os trabalhos de
revitalização está a Igreja
de Nossa Senhora da Assunção,
um dos símbolos da presença
jesuíta no Brasil, tombada
pelo Iphan desde 1943.

Texto: Beatriz Caliman
Revisão: Darshany Loyola
Design: Geraldo Neto
Imagens: Cedoc A Gazeta, 
Acervo Instituto Modus Vivendi,
Unsplash e Pexels
Vídeos: Cedoc A Gazeta